Devemos acreditar em nossos olhos?

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Sempre vemos o que realmente está lá? Você pode confiar em sua percepção? Poucas pessoas pensam nessas questões, acreditando que veem, ouvem e sentem o que realmente é. No entanto, nem tudo é tão simples.

A maioria das pessoas pensa que vê o que vê. E ainda mais do que isso, eles vêem isso pelo que é. Esse preconceito gerou e continua gerando muitos mal-entendidos e preconceitos. Na verdade, tudo está longe disso, e a razão aqui não é que as pessoas sejam tendenciosas, sugestionáveis ​​ou desonestas. A questão está na própria natureza humana, começando pela anatomia do olho e terminando na história da espécie Homo Sapiens.

Vejamos a anatomia. O fundo é mais do que apenas a camada sensível da câmera Obscura. É um computador pequeno, mas bastante poderoso, que realiza o pré-processamento do visível. Muito menos informação flui ao longo do nervo óptico do que o olho capta; a imagem já foi processada e o cérebro aparentemente recebe informações sobre as imagens contidas nela. Além disso, a seleção dessas imagens ocorre de forma absolutamente inconsciente, mesmo sem a participação do cérebro.

Considere agora a fisiologia. Basta olhar para o oculograma – um gráfico que representa o movimento do olho ao examinar um objeto, para entender que o trabalho do olho não é como o processo de fotografar, mas sim o movimento de um feixe estreito de holofote ou o dedos de uma pessoa cega sentindo um objeto. É claro que com essa abordagem, apenas os detalhes que atraem estão no campo de atenção. Um vê uma coisa e o outro vê outra.

Devemos acreditar em nossos olhos?

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A capacidade de completar a imagem por elementos fragmentários é uma habilidade fundamental do aparato visual. Aqueles de nossos ancestrais que não podiam rapidamente (ou seja, inconscientemente) “ver” um tigre dente-de-sabre, quando apenas a cauda e o nariz se projetam atrás da árvore, simplesmente não sobreviveram.

Mas se tais ilusões podem ser explicadas pela natureza humana, então outras características de nossa percepção são afetadas por preconceitos raciais, sociais ou sexuais, como evidenciam os exemplos abaixo.

Um experimento interessante que provou que nossa percepção é muitas vezes errônea foi realizado pelo psicólogo australiano Paul R. Wilson.

Ele apresentou a mesma pessoa a cinco grupos diferentes de estudantes da Universidade de Melbourne, mas cada vez com uma nova classificação e título, após o que pediu aos participantes do experimento que determinassem sua altura “a olho”. O resultado foi sensacional! Quando o estranho foi apresentado como um "aluno" comum, sua altura era, segundo os sujeitos, de 171 centímetros, mas assim que o estranho foi apresentado como "assistente no departamento de psicologia", ele imediatamente cresceu para 178 centímetros. O crescimento do "professor sênior" ultrapassou 180 centímetros, e o "professor" acabou sendo o mais alto – 184 centímetros.

Um dos exemplos mais famosos de ilusão em massa é uma história que ocorreu nos Estados Unidos em meados do século 250 000. A televisão ainda não estava desenvolvida naquela época e, portanto, seu papel de informante era desempenhado pelo rádio. Um belo dia, o diretor Orson Welles colocou no rádio em forma de reportagem ao vivo o romance "A Guerra dos Mundos" de seu homônimo, o grande escritor de ficção científica H. G. Wells. A novela foi ambientada nos dias atuais, e o programa de rádio era sobre o desembarque dos marcianos. Por três vezes – no início do programa, no meio e no final – foi noticiado que se tratava apenas de uma produção. No entanto, começou um pânico nos Estados Unidos, que, segundo pesquisadores, varreu um milhão de pessoas. E, o mais interessante, XNUMX pessoas afirmaram ter visto marcianos!

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